De tudo o que falamos sobre o sonho e que até o momento foi APENAS teórico, vale destacar a função dele como mensagem: seja mensagem do incosciente, seja mensagem de origem sobrenatural.
Na umbanda muitas coisas são questionadas, a começar pelas formas rituais. Como não existe um "corpus" doutrinário, cada casa de umbanda é estruturada conforme as orientações da entidade fundadora, e, mantén características que tem sua origem muita das vezes na cultura e fundamentos trazidos pela entidade em seus aprendizados anteriores. Neste caso, podemos dizer que o "contato" é ancestral e traz ao presente coisas que foram esquecidas no tempo.
Muita gente começa a discutir esses fundamentos e acusam-se de falsários, ou de charlatões, mas se esquecem que somos fruto de uma cultura miscigenada e que é natural que certas casas (e suas entidades fundadoras) tendam mais para o indigena, outras mais para os africanistas e ainda aqueles que pregam um certo "orientalismo" que nem sempre possui origem kardecista.
O ato de "passar fundamentos" de entidade para médiun - tanto no âmbito da estruturação de uma casa, quanto no êmbito pessoal de desenvolvimento e aprendizado do médiun - é um meio de conservação da memória. Conservação de todas as práticas rituais que já existiram em diferentes momentos do tempo e que são trazidos para um presente por meio de sonhos, intuições, etc. Isso torna difícil o julgamento de "certo e errado" que muitos umbandistas se pretendem.
Basta observar: em um mesmo terreiro, temos entidades que se referem a Deus como Olorum, outras que se referem a Zambi (nomenclaturas diferentes, cuja origem na África pertence a regiões e cultos distintos). Do mesmo modo, temos caboclos que chamam seus consulentes de curumins, e outros que se referem apenas como "filho". Temos uma entidade que trabalhará com energias sutis e simples e outras que só sabem trabalhar com elementos materiais mais pesados. Entidades que fumam e outras não. Algumas só precisam de uma vela e um copo d'água, outras precisam de ervas e ainda há aquelas que precisam de sementes para suas firmezas. Uma entidade dirá para você rezar pra Santo Antônio, outra pedirá uma firmeza para exu. Mas no fundo os significados e sentidos se assemelham, ambas almejam a proteção do consulente.
Há ainda entidades que falarão íntimamente a seus médiuns de Orixás que já não são mais cultuados hoje, mas que elas cultuaram, e, neste caso, a linguagem será adaptada para o convívio social do terreiro. Porém, a memória desses Orixás não se perdem de todo, são conservadas na intimidade do médiun, que certamente aprenderá a usar a energia daquele orixá esquecido, mas sob um novo nome que será melhor aceito na comunidade.
A umbanda, na verdade, é o lugar da memória. Onde TODAS as memórias se mantém vivas. A beleza da umbanda reside justamente em um duplo aspecto: o aprendizado coletivo como demarcando um Lugar para a memória acontecer, e o pessoal onde cada uma das culturas, cada individualidade, sobrevive a ação do tempo e do espaço.
Os sonhos são, muitas vezes, o local ideal para a transmissão dessas mensagens, dessas individualidades de forma detalhada, já que a correria do dia-a-dia do mundo moderno faz com que naturalmente tenhamos pouco tempo a dedicar para o labor mediúnico. Sem contar que nos sonhos, nossos egos são parcialmente desligados, e com eles parte de nossos preconceitos. Tudo isso é previsto pela psicologia que nos diz que parte de nossa censura consciênte é eliminada nos sonhos. Com isso nossos guias, mentores, entidades e ancestres conseguem nos transmitir o necessário, sem que interfiramos ou critiquemos.
Me referi a um documentário, na postagem anterior, que é um exelente exemplo disto. Passo ele agora para o baú:
Na umbanda muitas coisas são questionadas, a começar pelas formas rituais. Como não existe um "corpus" doutrinário, cada casa de umbanda é estruturada conforme as orientações da entidade fundadora, e, mantén características que tem sua origem muita das vezes na cultura e fundamentos trazidos pela entidade em seus aprendizados anteriores. Neste caso, podemos dizer que o "contato" é ancestral e traz ao presente coisas que foram esquecidas no tempo.
Muita gente começa a discutir esses fundamentos e acusam-se de falsários, ou de charlatões, mas se esquecem que somos fruto de uma cultura miscigenada e que é natural que certas casas (e suas entidades fundadoras) tendam mais para o indigena, outras mais para os africanistas e ainda aqueles que pregam um certo "orientalismo" que nem sempre possui origem kardecista.
O ato de "passar fundamentos" de entidade para médiun - tanto no âmbito da estruturação de uma casa, quanto no êmbito pessoal de desenvolvimento e aprendizado do médiun - é um meio de conservação da memória. Conservação de todas as práticas rituais que já existiram em diferentes momentos do tempo e que são trazidos para um presente por meio de sonhos, intuições, etc. Isso torna difícil o julgamento de "certo e errado" que muitos umbandistas se pretendem.
Basta observar: em um mesmo terreiro, temos entidades que se referem a Deus como Olorum, outras que se referem a Zambi (nomenclaturas diferentes, cuja origem na África pertence a regiões e cultos distintos). Do mesmo modo, temos caboclos que chamam seus consulentes de curumins, e outros que se referem apenas como "filho". Temos uma entidade que trabalhará com energias sutis e simples e outras que só sabem trabalhar com elementos materiais mais pesados. Entidades que fumam e outras não. Algumas só precisam de uma vela e um copo d'água, outras precisam de ervas e ainda há aquelas que precisam de sementes para suas firmezas. Uma entidade dirá para você rezar pra Santo Antônio, outra pedirá uma firmeza para exu. Mas no fundo os significados e sentidos se assemelham, ambas almejam a proteção do consulente.
Há ainda entidades que falarão íntimamente a seus médiuns de Orixás que já não são mais cultuados hoje, mas que elas cultuaram, e, neste caso, a linguagem será adaptada para o convívio social do terreiro. Porém, a memória desses Orixás não se perdem de todo, são conservadas na intimidade do médiun, que certamente aprenderá a usar a energia daquele orixá esquecido, mas sob um novo nome que será melhor aceito na comunidade.
A umbanda, na verdade, é o lugar da memória. Onde TODAS as memórias se mantém vivas. A beleza da umbanda reside justamente em um duplo aspecto: o aprendizado coletivo como demarcando um Lugar para a memória acontecer, e o pessoal onde cada uma das culturas, cada individualidade, sobrevive a ação do tempo e do espaço.
Os sonhos são, muitas vezes, o local ideal para a transmissão dessas mensagens, dessas individualidades de forma detalhada, já que a correria do dia-a-dia do mundo moderno faz com que naturalmente tenhamos pouco tempo a dedicar para o labor mediúnico. Sem contar que nos sonhos, nossos egos são parcialmente desligados, e com eles parte de nossos preconceitos. Tudo isso é previsto pela psicologia que nos diz que parte de nossa censura consciênte é eliminada nos sonhos. Com isso nossos guias, mentores, entidades e ancestres conseguem nos transmitir o necessário, sem que interfiramos ou critiquemos.
Me referi a um documentário, na postagem anterior, que é um exelente exemplo disto. Passo ele agora para o baú:
A'uwê - Moyngo - O Sonho de Maragareum
O Vídeo é um documentário onde algo muito comum a cultura indígena nos é passado, ainda mais em tempos onde a cultura "original" começa a se perder: Maragareun sonha com seus antepassados e estes mostram como certos rituais aconteciam e devem ser realizados. Ou seja, é por meio do sonho, do inconsciente, que a cultura indígena mantém a sua conservação. É por meio do sonho que a memória cultural se conserva.
BOM FILME!
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