Muito legal este vídeo que data do início das pesquisas em torno das religiões afro-brasileiras. Cabe destacar que tais pesquisas se iniciaram, na história da antropologia brasileira, nos anos 30 no Recife e no Maranhão, chegando à a Bahia apenas nos anos 40. Vários intelectuais conhecidos contribuíram para a realização e legitimação destes estudos, entre eles estão Mario de Andrade, Solano Trindade e Jorge Amado.
O vídeo em questão traz canções entoadas nos anos 30 nas casa de tambô de mina no Maranhão que segue a tradição Jeje.
Recentemente comprei este livro por já ter lidos bons comentários a respeito. É minha atual leitura e, de fato, é uma ótima leitura para quem pretende conhecer melhor a parte da "filosofia ritual" do candomblé e dos Yorubás.
O livro explica cuidadosamente desde a cosmogonia yorubá, passando pelo jogo de ifá, a importãncia dos mitos de Ifá na determinação de uma ética e uma moral válidas, não apenas para o ritual, mas também para a vida. A importância do ori na vida de uma pessoa. Qual a relação que os orixás estabelecem com o Ori e as pessoas. O culto aos ancestrais entre outras coisas.
Creio ser uma boa indicação para quem deseja iniciar seus estudos na cultura afro.
Segue um documentário muito interessante que mostra as relações entre protestantismo, catolicismo e religiões afro-brasileiras dentro de uma comunidade.
Trailer:
Link para baixar: http://eduardocoutinho.blogspot.com/2007/09/santo-forte.html
A idéia inicial dessa postagem tem uma história peculiar. No terreiro de umbanda omolocô, ouvi de uma entidade "criança" que esta não poderia ser denominada Erê, mas sim Ibeijada. Fiquei bastante curiosa do porque da distinção e, até mesmo, certa irritação da criança em ser referida como Erê. A explicação veio da seguinte forma: Erê é do orixá e encantado como o Orixá, Ibeijada é falange de espíritos que já viveram na terra e, espiritualmente, continuam sua missão como crianças.
Tirando o caráter de certo modo espírita para a explicação sobre a distinção, fiquei curiosa sobre o tema e resolvi dar uma pesquisada para saber se já haviam escrito a respeito disso. Claro que a diferença existe e aparece em uma busca rasteira pelo Google. Erê é um estado de transe que ocorre no candomblé, principalmente no período de iniciação, onde o iniciado entra em contato com as energias mais puras do seu axé. Por isso o simbolismo com as crianças, por representarem a pureza e a sinceridade. Sinceridade esta, que nem sempre aparece em sua forma positiva: os Erês podem ser bem rebeldes, como as crianças são. Desafiadores, alguns necessitam ser "ensinados", ou, como ouvi recentemente, "domesticados". A parte que se refere a "encantados" pude entender pelo pouco que vi explicado no livro AWÔ, da Babalorixá Gisèle Cossard. Em alguns rituais, o iniciado em estado de Erê é capaz de "proezas" pouco imagináveis, como, por exemplo, passar uma noite na Mata e retornar pela manhã de posse de uma cobra. Essa forma de ritual, explica a Babalorixá, foi abandonada devido ao crescimento dos centros urbanos.
Essa forma de compreender os Erês é bem diversa daquela da umbanda, onde o "Erê" significa tão somente "Ibeijada", crianças vindas na falange de São Cosme e São Damião (que por serem gêmeos e trabalharem com crianças durante suas vidas foram sincretizados com os Deuses Gêmeos da Nigéria - Os Ibeji). Se hoje existe nos terreiros de umbanda as falanges das crianças, como conhecemos, se fazemos suas festas com doces idênticos aos distribuídos nos dias de São Cosme e São Damião, isso se deve muito mais ao sincretismo e o simbolismo que as crianças possuem no imaginário popular (ditado: quem agrada uma criança, agrada à Deus) que por uma herança propriamente africana, que represente os Ibejís africanos de forma adequada.
Claro que esta pesquisa está longe de ter um resultado definitivo, o que exponho aqui é apenas uma concepção preliminar, pois falta-me ainda estudos a respeito dos Ibejis como Orixás. Aliás, coisa que não é apenas uma particularidade minha, mas geral. Há uma escassez de trabalhos que abordem os Ibejis, Erês e seus sincretismos, como tema antropológico, ou mesmo histórico. Em minhas pesquisas achei Uma dissertação de mestrado da UFBA, que tem um capítulo sobre as ambiguidades dessa relação.
E me despeço saudando São Cosme e São Damião, toda a Ibeijada, os Erês, as Crianças e principalmente à criança que inspirou essa postagem. No final das contas o que importa é a alegria e doçura que essa falange é capaz de trazer aos seus fiéis.
Tem tempos que o blog não é atualizado, mas hoje resolvi trazer uma resenha que há tempos venho programando (já que o tempo está chuvoso e não pude fazer a trilha que desejava...rsrsrs)
No ano de 2011 uma das boas leituras que fiz e que me deu elementos interessantes para repensar a Religião UMBANDA foi o livro "Vovô Nagô e Papai Branco" de Beatriz Góez Dantas, leitura praticamente obrigatória para quem deseja aprofundar os estudos sobre a História das Religiões Africanas no Brasil.
O Livro trata, em especial, de um terreiro "Nagô Puro" do Recife, da cidade de Laranjeiras. Mas não trata APENAS de uma leitura etnográfica sobre este terreiro. Destaco como Partes interessantes do Livro o capítulo 3, onde a autora compara a narrativa da Mãe de Santo com elementos históricos sobre o trato com os escravos pós abolição. Grande parte dos escravos alforriados, principalmente os que trabalhavam nas casas grandes, se mantiveram em seus trabalhos em troca de benefícios, tais como: escola para os filhos, garantia de médicos e outras regalias que dificilmente seriam mantidas caso decidissem sair dos cuidados de seus antigos senhores, dada as condições precárias que os negros enfrentavam pós abolição em uma sociedade racista. Estes elementos destacados no capítulo se tornaram material de aula para mim. Toda vez que abordo a questão do trabalho com meus alunos de EJA, e das condições de trabalho, trabalho alienado, etc., menciono a política de benefícios destacando que esta prática existe desde aquela época. É uma forma deles pensarem o que está por trás dessa política, e ver que a ideologia paternalista não é a ideal, já que data de uma época pouco amistosa para os negros libertos. Como grande parte dos meus alunos são negros, a aula acaba tendo uma ótima recepção.
Outro ponto que destaco do livro é o capítulo 4 que trata da "Construção e significado da pureza Nagô". Este capítulo traz, como elemento interessante, a origem daquilo que foi classificado como PURO nas religiões afro. Inicialmente esta designação partiu dos chefes de casa que estavam dispostos a, junto com intelectuais e antropólogos (Gilberto Freyre, Artur Ramos), a revitalizar a cultura negra, coisa que nem todos os terreiros e barracões estavam dispostos, pela desconfiança natural que se tinha dos "de fora" em uma época de perseguições violentas à religião. Posteriormente, quando essa "moda de revitalização" chegou à Bahia (com Verger e Jorge Amado, junto a outros antropólogos) a noção de pureza foi ressignificada, passando a se referir aos terreiros que continham mais traços comum com os remanescentes cultos africanos (remanescentes, pois hoje em dia a África é quase toda protestante e católica e o culto primitivo aos Orixás é fortemente combatido como prática de feitiçaria). Enfim, por um lado a pureza significava valores regionais típicos, por outro a pureza significava a proximidade do culto com a Mãe África. Mas é interessante destacar que, tanto de um lado como de outro, era consensual que a prática do culto visando o mal, ou fazer mal a outrém era, era desprezada. Desde o princípio está envolvido no conceito de "pureza" a prática do culto com o objetivo de trazer força e prosperidade aos filhos de santo. A cura de males que possam ser causados por "Orixás insatisfeitos". A ideia mais comum é que cuidando do santo se garante uma vida feliz e próspera ao filho de santo.
Onde entra a umbanda nessa história? Entra como uma variante impura dos cultos afros. Na classificação da autora, que segue o modelo do culto Nagô do Recife, a umbanda é tão degenerada quanto eram os cultos Malês e o Toré. Os Malês sumiram por praticarem o mal, o Toré é misturado e impuro por trabalhar com caboclos e praticar curandeirismo e magia, a umbanda é impura porque reúne elementos dos ritos anteriores e ainda cobra dinheiro pelos serviços prestados. Assim, o nome umbanda, carrega neste contexto, tudo o que há de ruim e que venha denegrir a imagem das religiões africanas "puras".
O interessante notar, neste contexto, é que a umbanda historicamente sempre foi colocada à margem. À margem do próprio africanismo, que hoje alguns terreiros se esforçam em recuperar, e à margem do espiritismo, escola da qual, alguns afirmam, a umbanda é filha (cujos problemas já levantei em postagens anteriores). O trabalho da Beatriz traz questões interessantes a ser pensada: será possível, de fato, um "resgate africanista" na umbanda como propõem alguns autores? Recentemente me deparei com umlivro, uma coletânea de um congresso sobre religiões afro-brasileiras, onde há um capítulo dedicado ao resgate africano dentro da umbanda. Será mesmo possível? Pensar numa definição para a umbanda dentro do contexto histórico de religiões brasileiras já catalogadas é difícil, já que sua definição parece sempre depender do ponto de vista do referencial. Cabe perguntar qual a forma mais correta, e menos estranha, pela qual o umbandista pode definir legitimamente a sua religião.
Quem quiser ter acesso ao texto da Beatriz, está disponível no banco de teses e dissertações da UNICAMP. Basta fazer a inscrição para poder baixar o texto no seguinte link:
Resolvi colocar aqui um link para baixar um e-book, na verdade uma dissertação de mestrado de um Pai de Santo chamado "Etienne Salles", que vale muito a pena ser lido.
A pesquisa fala dos cultos anteriores à umbanda, questiona a "fundação da umbanda" por Zélio Moraes de forma bem inteligente e tenta traçar, dentro da diversidade, as características que são próprias ao seu culto.
É um trabalho lúcido, que não tem um objetivo doutrinário, mas de pesquisa. Muito bom para aqueles que desejam conhecer as formas de praticar a umbanda.
O documentário índios do Brasil é bem extenso e procura redescrever a história indígena no Brasil. É bem interessante, pois parte do senso comum e, progressivamente, vai redescrevendo os índios em vários aspectos de sua cultura: língua, religiosidade, formas de produção e relação com a terra, preconceitos. O documentário mostra bem a diferença entre as diversas etnias indígenas e torna claro como as etnias que entraram em contato com o "homem branco" tardiamente conseguem manter mais "pura" sua cultura.
O documentário mosrta a luta das etnias indígenas para manter sua cultura sem necessáriamente serem isolados e excluídos socialmente. é Interessante ver.
O documentário completo pode ser encontrado no canal Pernambuco TV sob o título de "Pluralidade cultural - indios no Brasil".
Para o propósito deste Blog, coloco apenas a parte do documentário que diz respeito à religiosidade indígena:
Uma coisa bem curiosa dentro da umbanda é o fato dela ser classificada como religião "afro-brasileira". Claro que as "influências" africanas são incontestáveis uma vez que há a louvação aos Orixás. Por outro lado, a influência da pajelança é também incontestável, não pelo fato de entidades caboclas trabalharem na umbanda, mas por algumas característica do trabalho de umbanda.
A pajalença a qual me refiro como possível influência é que trabalha com os encantados, já caracterizada como cabocla e não indígena propriamente dita. Esta influência pode ser afirmada pelo fato de haver, nesse tipo de pajelança, características que também podem ser encontradas na umbanda: 1) O pajé é medianeiro para os chamados "Caruanas" (encantados) que trabalham na cura das pessoas. Esta característica, segundo HAUÉS (1998), foi herdada dos índios Tupis e configuram uma pratica diferenciada de xamanismo em relação a outros povos indígenas; 2) O trabalho com o fumo; 2) trabalho com ervas; 3) a dança ritual característica de certos caruanas, que nada tem a ver com a dança dos Orixás dentro do candomblé; e 4) a crença em locais mágicos como a Jurema (na umbanda una-se também Aruanda, Humaitá, etc.) onde certas entidades residiriam - característica que não é comum ao candomblé, por exemplo.
O artigo "Pajelança e encantaria amazônica", do pesquisador mencionado acima, parece mesmo frisar a dificuldade de se encontrar hoje em dia a pajelança tal como praticada originalmente nas tribos, já que desde tempos remotos (sec.XVII e XVIII) eram enviados agentes do Santo ofício fiscalizar as regiões Amazônicas a fim de censurar a prática da Pajelança. Segundo o pesquisador, até tempos mais recentes os Pajés tinham que buscar autorização policial para exercer sua prática.
O resultado desta perseguição, foi a mistura da cultura indígena original, com traços europeus (muito mais traços do Sebastianismo Português), com traços africanos. Mais recentemente, nos dois casos das pajés femininas retratadas no artigo citado, identifica-se a mistura entre "umbanda", pajelança e até mesmo traços do kardecismo na forma pessoal como uma das pajés explica a dedicação que tem à pajelança.
O propósito do artigo é, no final das contas, traçar pontos comuns nas variações encontradas entre as pajelanças pesquisadas. Porém, o que eu gostaria de trazer à reflexão, a partir deste artigo, é o amalgama que vai aparecendo da pajelança, muito em função da criminalização que esta sobreu desde tempos remotos. Uno a essa reflexão a experiência pessoal de conversas que travei com uma indígena Fulni-ô, além de alguns traços que pude obserservar presentes em outras tribos indígenas como os Xukurú (Pesqueira/PE) que aparecem em vídeos como os que colocarei mais abaixo nessa postagem.
O artigo citado começa justamente separando o tipo de pajelança estudada, o da encantaria e rituais da jurema, daquela pajelança indígena propriamente dita. Ao mesmo tempo, é apresentada uma "historia" breve da criminalização da pajelança, cuja consequência foi o massacre dessa cultura e a consequente mistura ocorrida entre pajelança, religiões afros e cultura européia.
Minha questão versa justamente sobre a possibilidade de podermos separar nos dias atuais a pajelança dos ritos de jurema, daquela pajelança praticada pelos descendentes diretos de etnias indígenas.
Comecei a me fazer essa pergunta quando conheci uma descendente direta da tribo Fulni-ô de PE. Uma Pajé, conhecedora das ervas e dos rituais de cura de sua tribo, que para poder sobreviver a partir de sua terapia, resolveu estudar reiki para, junto com o reiki, poder atender também com o conhecimento adiquirido em sua tribo. Certamente é uma pessoa especial, com papo agradabilíssimo, por quem tenho grande apreço. Por duas vezes, ao conversarmos sobre o conhecimento dela de ervas e coisas afins, me intrigou algumas colocações dela: uma foi ela frisar que no caso de certas "macumbas" as ervas são usadas de formas distintas. Até aí tudo bem, pois, entre Umbandas de escolas diferentes as ervas são usadas de formas distintas. Mas realmente fiquei intrigada quando ela mencionou, rapidamente, que o seu talento para a pajelança estava relacionada ao fato dela ser filha de "EWA". Quase tomei um susto! EWA afinal é um orixá.
Depois disso, em um documentário "índios do Brasil" (a parte que mencionarei aqui está no final do vídeo) que aborda parte da religiosidade de tribos indígenas, mostra, entre outras práticas e concepções de sacralidade, a prática da tribo dos Pankararú, (PE). Os Pankararú, assim como outras tribos da região nordeste, cultuam os "encantados". O curioso é observar as formas como esse culto ocorre, os Pankararús mantém até mesmo um "Peji" (termo africano que designa uma casa, local, onde se guardam o assentamento dos Orixás), onde estão "todos os encantados" e onde reside toda força dos rituais. Curiosa é a forma como essa casinha é descrita pela Pankararú do vídeo:"aí dentro dessa casa tem um oratório com um cruzeiro, com cruz, com santo, com todo mundo e tem eles aí. Quem passa e não sabe não diz nada, mas a força todinha tá aqui."
Algumas tribos cultuam seu sagrado com nítidas influências afro. Outras, como as tribos Xukurú que vivem na Serra do Ororubá em Pesqueira, PE, guardam fortes influência da encantaria "moderna". Usam velas, cantam pontos da Jurema Sagrada e Pontos de caboclos que possuem saudações à Oxossi. Isso pode ser atestado nos seguintes vídeos:
XUKURÚ ORORUBÁ - Teaser
O CANTO XUKURÚ
Creio que entre povos, principalmente da regiao do nordeste (curiosamente os 3 povos mencionados são de PE), ocorreu um tipo de "sincretismo próprio" nas religiosidades indígenas. Entendendo por sincretismo, claro, qualquer traço de mistura de assimilação de sentidos entre elementos de culturas diferentes, coisas do tipo.
Ao ver os vídeos acima, me perguntei se eles tem consciência deste sincretismo formado. No caso da Fulni-ô conhecida minha, há essa consciência. Ela mesmo adimite que, mesmo nascida na tribo, tendo recebido os ensinamentos de sua cultura, é impossível que em 500 anos de história essa cultura não encontre traços de misturas.
A primeira conclusão desta reflexão é que não sei se concordo com o pressuposto do artigo mencionado aqui, que separa a pajelança indígena da pagelança da encantaria.
A segunda conclusão é poder considerar válido sincretismos fora da esfera da umbanda., em religiosidades que podem ser consideradas mais "puras". Não é novidade que há no candomblé sincretismo, mas me parece uma informação nova que haja tantos sincretismos dentro das religiosidades pertencentes aos nossos "nativos". É sincrética toda religião que assuma para si sentidos e significados que não lhe são originais, mais que migraram de outras culturas, ou de outras religiosidades. Pensando dessa forma grande parte das religiões existentes hoje possuem algum traço de sincretismo.
A terceira conclusão, a mais interessante, é perceber que se a cultura indígena formou sincretismos e foi, com o tempo, se moldando e internalizando elementos da cultura africana e do que hoje é chamado de encantaria cabocla (e não indígena). Traçando uma escala "progressista" - como às vezes se faz com as antigas macumbas e candomblés de caboclo, dizendo que eles "progrediram" para a umbanda - pode ser possível concluir que a umbanda nasceu da pajelança.
Enfim, sendo ou não sendo essa a Origem da umbanda, encontramos nos trabalhos de umbanda pelo menos de 50% à 30% de práticas comuns a encantaria. Isso conforme for maior ou menor a influência desta sobre a umbanda. Do mesmo modo podemos encontrar de 50% a 30% de práticas comuns aos candomblés, de acordo com a influência que esta umbanda sofra do candomblé.
Interessante notar que a idéia de incorporação de espíritos que atuem sobre o Pajé não parece ter sua origem no kardecismo. Segundo o artigo aqui mencionado e linkado, se há influência do kardecismo este se restringe a concepção pessoal pela qual cada uma das Pajés mencionadas no texto entenderá seu caminho particular dentro da encantaria. Assim, se considerarmos a umbanda como religião derivada ou dos candomblés, ou da pajelança, não podemos considerar totalmente que o kardecismo realmente faça parte constitutiva dos ritos praticados na umbanda.